Você, o Outro e sua ansiedade.

Certamente amigo leitor, você deve ter passado por algum momento de ansiedade e/ou insegurança. Aquele aperto no peito, falta de sono, de fome, de concentração, uma desespero por resolver um determinado assunto, problema, ou seja lá o que for.  Tudo isso caracteriza um estado afetivo em que há sentimento de insegurança. A ansiedade é fruto de uma necessidade muito grande de termos o controle em nossas mãos. Principalmente o controle sobre os eventos futuros.

A ansiedade nos faz pensar desesperadamente em consequências futuras. O ansioso passa a viver no futuro; Por isso o ansioso perde a vontade de fazer suas obrigações: Falta de fome, não consegue se concentrar em suas atividades, indisposição para se relacionar, etc...

“O presente é a única coisa que temos para viver. Quando se está em estado de ansiedade, desequilibra-se totalmente a capacidade de criar, de transformar e de propriamente conviver consigo.“

Em estado de ansiedade, você passa a se preocupar tanto com as consequências futuras que sua(as) atitude(es) irá(ão) gerar, que esquece – ou passa a não dar valor e atenção – a vida presente; O AGORA.

     “ ...Putz..E agora! E se eu fizer isso, será que vai acontecer aquilo; Meu Deus! E se isso acontecer...Caraca, se isso não for desse jeito eu tô perdido. Eu preciso fazer alguma coisa.”

O ansioso não consegue se concentrar no que é preciso fazer. Ele sente que tem na cabeça ou coração alguma coisa que o desvia do momento presente e lhe dá uma sensação de que se pode perder alguma coisa importante...Essencial.

“Meu Deus, eu preciso fazer alguma coisa...Eu não posso perder isso...Eu preciso disso...Isso é muito importante pra mim...Eu preciso fazer alguma coisa.”

A ansiedade é tanta que não há foco no que deve ser feito.

A vida não para. Enquanto você esta desse jeito o mundo continua girando. Todos vivemos e fazemos tantas coisas, tomamos tantas atitudes, brigamos, sofremos... À meu ver, o proposito principal da vida do homem é o relacionamento; Aqui está incluso todo tipo de relacionamento, trabalho, escola, amigos, ônibus...não apenas entre casais.

Todo ser humano passa por paradigmas. E um dos grandes é a aceitação. todos nos temos uma necessidade de sermos felizes. E algumas vezes nessa busca, passamos a projetar – ou responsabilizar – no OUTRO essa fonte.

Não podemos dizer que o OUTRO é o vilão da história. O errado na história é cada um de nós. O vilão é sua crença. Mas o outro passou a ser nosso deus. Passe-se a viver – imperceptivelmente - a vida em função do outro.

Muitas vezes a Ansiedade e a Insegurança aparecem em nossas vidas quando elegemos o OUTRO como a coisa mais importante – ou pelo menos extremamente essencial -  de nossas vidas.  Vive-se para agradar as OUTRAS PESSOAS.

“Quem não sabe dizer não certamente fracassará.”
(Cleiton Simão da Rosa)

O OUTRO passou ser o guia pra como viver, vestir, pensar, agir...Tudo o que faço visa agradar ao outro.

“Estudo, freqüento lugares, me visto com determinada roupa, vou cultos religiosos, dou esmolas, fumo ou deixo de fumar, me drogo, desrespeito a minha sexualidade e tantas outras coisas mais, aceito modismos agressivos, em função do outro.” 
     

“Imagine o que o pessoal vai pensar de mim... “

“Não, tenho que ter uma boa imagem... Se não vão pensar errado de mim....“

“Se pensarem errado como vou ficar? Não! Vou parecer um idiota!”

“Preciso tanto de alguém. Quero que alguém me faça feliz”

“Por que ele não liga para mim? Será que...”

      “Esta necessidade doentia e dispensável de agradar o outro, tirou-me do meu próprio caminho. Mas por que eu precisaria agradar o outro? O meu ego precisa agradar ao outro. “

“Se não é para agradar o outro, é até pior. É para competir com o outro... Preciso provar a mim mesmo e ao outro que sou bom, ou sou melhor, ou que também não sou triste, patético, infeliz...”

Pela falta de autoconhecimento, de firmação de valores e crenças, e ainda de uma robustez de caráter, surgi uma necessidade de afirmação de valor próprio. Uma necessidade de preservar - ou firmar - uma imagem perante as pessoas.

 Se preciso me mostrar para o outro ou ser reconhecido pelo outro, vou mostrar alguma coisa que impressione e não necessariamente a verdade. E quando se quer impressionar com a verdade a ânsia é muito maior. E o não reconhecimento por parte do outro gera sentimentos de rejeição, autocompaixão, mágoa, rancor...

“Assim, Farei algo onde o outro possa ter uma boa imagem de mim.”     

“É preciso mesmo de uma boa imagem perante o outro.” Esse sentimento surge do não reconhecimento do valor próprio, de suas qualidades e defeitos, de um caráter pouco robusto...

A Insegurança é um estado de abandono da fé em mim, em minhas crenças e valores. Ela me leva à insanidade; Me leva à má avaliação do fato; leva a cometer erros infantis e até ser infeliz.

 “Ele(a) não se importa...ligo e ele não me atende.Vou perdê-lo a qualquer momento.”

“O pessoal não tá nem ai pra mim. Tô aqui malzão e ninguém se importa.”

“Falo com o pessoal no facebook...mas acho que tô parecendo chato.”

“Sai com o pessoal, passei a noite inteira fingindo que tava tudo bem, e ninguém notou que estou mal. Que falsos!”

Nas situações acima, o parceiro da primeira pessoa esteve o dia inteiro muito ocupado. O terceiro puxa assunto com pessoas com quem não tem a mínima intimidade e sobre assuntos alheios aos leitores; Já o quarto passou a noite brincando, sorrindo, sendo incapaz de se abrir com alguém.

Todos apresentam uma necessidade de aceitação e firmação de valor social. Para tal eles promovem TESTES a fim de validar seu valor perante os outros.

Por exemplo, Ele não está bem, mas fingem e espera os outros se manifestarem a fim de se sentir notado, importante, amado.

A ansiedade também surge a partir da culpa e do medo. Medo da perca, de que alguém descubra algo. Uma necessidade doentia de corrigir algo antes que se perca aquilo com o qual não se saberia viver.

Para tal, é necessário se perdoar se foi uma falha intensional, ou entender e aceitar a falha se errou por questões legítimas, buscando daí pra frente ser o melhor ser humano que se pode ser, entendendo e convivendo com as limitações e individualidades; Suas e dos outros.

Lidar com ansiedade e insegurança é basicamente lidar com expectativas; Com a necessidade de ser alguém de valor, legal, importante...Para outras pessoas e para você mesma.

Primeiramente descubra-se; Reconheça suas limitações, fraquezas, falhas de caráter, e também suas virtudes e qualidades...Seu Valor. Passe a construir alguém que VOCÊ acredita ser o melhor ser humano possível. Reconheça que você tem limitações, mas seja o melhor possível, por você.

Porém, Não seja egocêntrico. Desfrute a pessoas e permita que elas desfrutem desse ser que você se tornara.

“Ame ao próximo como a si mesmo.”
(Lucas 10.27)

Entenda que ninguém tem obrigação de reconhecer seu valor, te amar e apaixonar-se por você. Se elas desejam estar com você por quem você é, ótimo. Ame-as e dê a elas o seu melhor. Se não quiserem; não valorizarem seu ser; Não importa. Você sabe quem você é.

 “Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém...
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim...
E ter paciência para que a vida faça o resto...”
(William Shakespeare)

“Que o outro reconheça o seu valor. Não teus próprios lábios.”
 (Provérbios 27.2)

Se amar não é dizer: “Que se dane o que os outros pensam”, Mas tornar-se um ser humano excelente e ter convicção disso; O reconhecimento apenas faz parte do processo natural da convivência.

“Novamente...Ame-se primeiro...e Ame o outro.

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:)

Anderson Oliveira

O TEXTO POSSUI CITAÇÕES DO TEXTO ANSIEDADE E INSEGURANÇA DE IRINEU DELIBERALLI EM: <http://www.mulherdeclasse.com.br/ANSIEDADE%20E%20INSEGURAN%C3%87A.htm>, ACESSADO EM: 17/04/2012 ÀS 10:00